quinta-feira, 12 de julho de 2012

O Artista


Nossa! Acho que estou sem palavras por alguns momentos. É, mesmo porque esse filme mostra que elas não são necessárias o tempo todo. Simplesmente amei! Mereceu o Oscar com louvor, na minha opinião. Poderia ser só mais um filme que fala sobre a transição do cinema mudo para o cinema falado. É, poderia. Mas, não é!
Desde o início, com os créditos, traz uma esfera antiga, como nos filmes dos velhos tempos, o que faz com que já vamos entrando no clima. Adorei descobrir a forma como algumas coisas eram feitas, na época do cinema mudo. Como por exemplo, eu nunca imaginaria um cinema com uma orquestra tocando. Sim, isso mesmo! Uma orquestra fora do filme, em um palco à frente das cadeiras... Sempre achei que os filmes fossem mudos, mudos. Não sabia que uma música os acompanhava pra sentirmos o clima. E não é que funciona? No decorrer do filme, sem os atores dizerem um só palavra, apenas com o ritmo musical, eu fui tendo as sensações que o filme passava. Em momentos alegres, eu me sentia bem. Fiquei até com um sorriso bobo na cara a maior parte do tempo, mas nos momentos em que eram situações difíceis, me senti mais pesada. Impressionante, como esse filme conseguiu me fazer sentir exatamente as sensações certas nas horas exatas.
De início, o que mais me impressionou foi a sensação boa, de leveza e inocência que ele me passou. Com as roupas e trejeitos à la Chaplin, típicos da década de 20. Desde aqui, me lembrou muito  "Cantando na Chuva". Mas, eu não conseguia descobrir o por quê. Talvez pelo tema e pela alegria com que as coisas iam acontecendo no decorrer do filme.
Bom, mas, eu sou suspeita de ficar toda derretida, porque considero a década de 20 muito encantadora...  Correndo o risco de entrar naquela nostalgia do que não se conhece que Woody Allen fala em "Meia Noite em Paris", devo dizer que me parece que tudo era muito mais bonito...Como se parecesse mais leve e gracioso. E este filme traz exatamente isso, pra mim. Toda essa graciosidade dos filmes antigos. Me fez rir bastante, com situações do cotidiano, sem esboçar uma simples palavra.
Sem contar a trilha sonora que eu achei genial! E falando mais especificamente do tema propriamente dito, que seria a voz, o som... Achei que eles passaram essa temática de uma forma muito diferente e que deu o recado da maneira exata. A transição não é feita de uma hora pra outra. Algumas coisas se perdem pelo caminho, outras ficam.
 Os momentos em que ele começa a ouvir barulhos de objetos, como ao colocar o copo sobre a mesa, o vento, risos, e até mesmo a pena caindo, mas ainda não ouve a própria voz... Ou até mesmo a forma como, quando se introduz filmes falados no próprio filme, e este ainda continua mudo... Quando ele começa a sentir falta de ouvir o que as pessoas estão falando... Enfim, poderia ficar enumerando diversas situações que eu achei simplesmente demais.
Focando no casal, acho que foram eles que passaram o ar de inocência que eu tanto to falando e que faz lembrar muito os filmes originais da década de 20. Tudo aconteceu com uma sutileza incrível, e que não se encontra mais nos filmes de hoje. Trazendo um spoiler, e quem não quiser saber, pule pro parágrafo de baixo, eles não dão sequer um beijo o filme todo, e ainda assim conseguem passar o que estão sentindo um em relação ao outro. Achei muito fofo!
Chegando ao fim, tive quase certeza que foi inspirado em Gene Kelly, e achei uma tirada muito boa. De um modo geral, foi um filme muito bem feito, muito bem pensado, uma sacada de gênio. E ele não precisa de palavras para passar o recado. E é isso que o torna mais genial!

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