Ah, a infancia! Peguei uma fita... Isso mesmo, aqui em casa ainda temos vídeo e fitas da disney, que eu tenho desde criancinha! Então, quis ver Fantasia novamente!! Depois de uns bons 10 anos no mínimo. E já no início, foi uma nostalgia e deu uma saudades da minha infância!! "Acerte as cores de seu vídeo!" "Exija fita selada!" "... com o holograma do Mickey Feiticeiro"... Acho que eu ouvia esses dizeres todos os dias quando era criança...
Mas, vendo hoje, acho que Fantasia não é um filme pra crianças... Já de começo com a sinfonia tocando Bach, acho que foi a primeira vez que eu apreciei. Minha irmãzinha que estava assistindo comigo, por outro lado falou: "Mas, que coisa... Num começa logo o desenho, né?!" E eu lembro de criança não gostando dessas partes em que mostrava os músicos e apenas umas cores na tela, acompanhando os sons. Não só essas partes, tinham diversas partes que eu não gostava por não ser desenho ou por mesmo que fosse desenho, não conseguir entender o significado, que hoje eu entendi. É que é lindo e genial. Mas, as crianças não apreciam... Obviamente.
A sensação que fica do filme desde o início foi de dicotomia entre bem e mal e durante o filme isso foi ficando claro, tanto com o ritmo da musica clássica tocando, que ia se alternando conforme as situações, quanto com o jogo de cores entre claro e escuro.
O filme traz um nícel cultural muito alto, falando de diversos músicos poderosos da música clássica, e como no desenho é dividido pelos músicos, vou falar dividindo por casa um deles. No início é Bach.
A seguir, é Tchaikovsky, e o maestro explica que a obra que ele menos gostava dentre as que haviam feito era o "Quebra Nozes", que por fim se tornou a mais famosa e o Walt Disney traz uma maneira completamente nova desta música, iniciando-se com fadas e a natureza se entrelaçando e dançando juntas lindamente. Depois, são os cogumelinhos. Quando eu era criança, eles eram minha parte preferida do meu desenho (e devo fazer uma pontuação: acho que ele realmente quis fazer uma homenagem aos cogumelos, que ele deve ter usado pra ter a ideia desse filme... Rs.). Gostei muito das flores como bailarinas na água... E uma coisa que me impressionou muito foi a maneira que ele conseguiu juntar as músicas com os desenhos, fica com a sincronia perfeita, o que deve ter sido muito difícil de ser feito. E a dualidade sempre presente, não se sabe se o que está sendo mostrado é no céu ou no mar... São ideias muito loucas, além de ter transformado flores em bailarinas, ele também transformou tulipas em dançarinos russos, o que ficou muito divertido! As quatro estações ao som ainda de Tchaicovski trazem as sensações certas nas estações certas... Muito bom! Depois, vem o Mickey Feiticeiro. Entre os mickeys, esse sempre foi o que eu mais gostei. Eu tinha muito dó das vassouras, e depois um medo muito grande a hora que elas começam a se multiplicar. Hoje eu vi o quanto foi genial! Hoje me deu uma aflição muito grande de ver o Mickey se dando mal, e as sombras daquelas vassouras ressurgindo... O Mickey dormindo e sonhando que está controlando os ceús, universo, mar, nuvens chuvas, mas isso sendo mostrado como sua alma saiu do corpo e foi realmente fazer tudo... Outro ponto que me deixou claro que não é feito para crianças, é o Mickey, o maior heroi da disney, matando a vassoura a machadadas, sendo mostrado apenas pelas sombras, o que pode significar que é uma parte do Mickey que não conhecemos que se mostrou ali, naquele momento.O segundo autor é o Stravinski, a sagração da primavera, que demonstra da vida primitiva. Na versão de Walt Disney, ele traz o espetáculo da criação da vida na Terra, tal qual a ciência demonstra, desde o início do universo, me lembrou um pouco a Arvore da Vida. E u como criança não gostava dessa parte também, achava muito chata, mas agora consegui ver o a maestria com que ele demonstra a formação da Terra, esta sendo inicialmente quente e vermelha, com muitos vulcões. Demonstra a cadeia alimentar, os dinossauros, fiquei impressionada como ele conseguiu fazer um desenho exatamente no ritmo da musica, até os passos dos dinossauros acompanhavam os sons, a musica fica pesada, com a chegada do tiranossauro rex. Fiquei um pouco assustada como o T. Rex mata um dinossauro para comê-lo de modo agressivo, em que o outo sofre e tenta lutar pela própria vida.
Trazem a trilha do som como a personagem principla do filme, demonstrando a sonoridade e seus diferentes desenhos, com uma representação visual do som. Essa é outra parte que eu não gostava quando criança, mas que hoje me encantou.
Beethoven foi o próximo, demonstrando a vida no campo, Walt Disney transformou para a uma cena mitológica, como unicórnios, sátiros, cavalos alados, cupidos, centauros, Baco beberrão, gordo, sempre alegre, cai da escada, continua rindo e muito engrçadinho e Zeus, o deus dos deuses, trazendo a tempestade, um pouco sádico, fazendo com que os raios acertem alguém.
E tudo seguindo perfeitamente o ritmo da música, fazendo tudo de uma forma muito mágica.
Depois traz a música de Potticelli, La Gioconda, com emas, elefantes, hipopótamos e jacarés dançando ballet. De uma forma belíssima. Ele teve a capacidade de transformar hipopótamos em delicados, o que ficou uma graça.
A última cena, era a que eu mais tinha medo. Ao som de Musoski e Schuber, traz um Diabo mau. No sentido teórico da palavra, fica brincando com as almas e tacando-as ao fogo. Quando eu era pequena morria de medo dele, mas hoje essa cena ainda me causou uma angústia...
Oo nome do filme faz jus ao todo: fantasia, apesar de genial, o walt disney devia ter feito uso de substancias alucinogenas pra fazer esse desenho...
Escrevi com a ajuda da minha irmazinha, Juju e ela pediu pra eupor essa foto:
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